Motorista é agredido por ageiro no Derby: categoria já soma 581 ataques em 2025

O condutor, Severino Bezerra, também prestou depoimento na delegacia, onde relatou o susto e a sensação de impotência |  Foto: Reprodução da TV Tribuna/Band

Um motorista de ônibus foi agredido na manhã desta quarta-feira (11) enquanto trabalhava na linha Piedade–Rio Doce, no bairro do Derby, área central do Recife. O agressor, um jovem que não teve a identidade divulgada, foi contido por ageiros e conduzido à Central de Plantões da Capital.

O condutor, Severino Bezerra, também prestou depoimento na delegacia, onde relatou o susto e a sensação de impotência. O caso eleva para 581 o número de agressões a rodoviários em Pernambuco apenas neste ano, segundo o sindicato da categoria.

“Agora virou moda bater em motorista. Parece que motorista é saco de pancada”, desabafou Severino, que nunca havia ado por situação semelhante. Ele contou que o ônibus estava prestes a deixar a praça do Derby quando o jovem se pendurou na porta dianteira e forçou a entrada.

O motorista abriu a porta, mas o rapaz começou a xingá-lo e, após pular de volta a catraca, desferiu socos em sua direção. “Eu só me defendi, para que os murros não me atingissem”, relatou.

A confusão foi interrompida por ageiros revoltados com a cena. “A população conteve ele. Estava muito agitado, fora de si. Já começaram a gravar e chamaram a polícia”, disse Severino.

Ainda visivelmente abalado, ele disse temer que a falta de punição e a banalização da violência levem mais profissionais a desistirem da profissão.

O secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Carlos Medeiros, diz que 581 é número de agressões a rodoviários em Pernambuco apenas neste ano. |  Foto: Reprodução da TV Tribuna PE

O secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Carlos Medeiros, destacou o impacto psicológico da violência sobre a categoria.

“Tem motorista afastado, em tratamento psicológico, e até enfrentando dificuldades financeiras porque nem perícia conseguiram fazer ainda. Muitos não querem voltar, outros já desistiram da profissão”, denunciou.

Segundo o sindicato, o número de agressões tem crescido mês a mês, revelando o que a entidade chama de “abandono institucional” dos trabalhadores do transporte coletivo.

“Não é só a vida do motorista que está em risco, é a de todos os ageiros também. Até onde vamos com isso?”, questionou Medeiros.

O agressor foi conduzido pela Polícia Militar à delegacia, mas se recusou a dar entrevista ou apresentar versão sobre o ocorrido.

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Veja, abaixo, a matéria completa de Carlos Simões com Severino Bezerra, exibida no JT1, apresentado por Artur Tigre.